sábado, 28 de agosto de 2010

Cacareco

Rinoceronte Cacareco

Cacareco foi um rinoceronte do Zoológico de São Paulo que, nas eleições de outubro de 1958 para vereador da cidade, ganhou cerca de 100 mil votos. À época, a eleição era realizada com cédulas de papel e os eleitores escreviam o nome de seu candidato de preferência.

Cacareco foi um dos mais famosos casos de voto nulo em massa da história da política brasileira, uma vez que se tornou o "candidato" mais votado do pleito: o partido mais votado não chegou a 95.000 votos.

Após o resultado das eleições, Stanislaw Ponte Preta comentou no jornal Última Hora que "diversos membros da cúpula do PSP andaram rondando a jaula de Cacareco, para o colocarem no lugar de Adhemar de Barros". Já o então presidente Juscelino Kubitschek declarou: "Não sou intérprete de acontecimentos sociais e políticos. Aguardo as interpretações do próprio povo".

A idéia de lançar o animal como candidato teria sido do jornalista Itaboraí Martins, em protesto contra o baixo nível dos outros 450 concorrentes. O fato se tornou notório e serviu como referência para várias análises de percentuais no Brasil de voto nulo e dos chamados votos de protesto.

Fonte: Wikipedia

Como anular o seu voto

Muito sabiamente, os caras que projetaram a urna eletrônica criaram um inteligente mecanismo para burlar a anulação de votos. Visto que a política brasileira nunca foi séria - e não o será tão cedo - seria muito fácil que uma parcela considerável do contingente eleitor anulasse seus votos, forçando assim, uma nova eleição com candidátos tão inócuos quanto os anteriores. Por isso, na máquina onde se realiza o pleito, há um teclado para se digitar o número dos candidatos, uma tecla verde "confirma", uma amarela "corrige" e uma "branco" para os votos em branco, que é quando o eleitor abre mão de sua opção em nome do candidato mais bem colocado na apuração. Deveria, uma vez que vivemos numa democracia, haver algo como uma tecla negra "NULO", que é quando o cidadão exerce o seu direito de não votar em ninguém, negando todas as propostas de todas as candidaturas, mas não há.
Faremos aqui uma pequena cartilha de como anular o seu voto.
Imagine, leitor, que você vai a um restaurante onde se servem pratos como parafusos incandecentes ao molho de cimento, cortiça derretida ao ácido sulfúrico e plástico duro com flúido de freio. Qual desses seria o escolhido pelo freguês? E mais, pagando ainda um alto preço pela refeição! Qualquer um com um mínimo de sanidade, rejeitaria todas as opções e sairia do local indignado. Infelizmente, as eleições brasileiras tentam escamotear tal opção.
Mas há possibilidade de não se votar em ninguém. Qualquer número de candidato inexistente anula o voto, fazendo com que este não seja computado para nenhum dos candidatos de nenhum dos partidos. Ótimas opções são números como 00 ou 99, que não pertencem ao registro de nenhum dos partidos.
Aliás, estamos agregando o número 99 para os candidatos do PRF (Partido da reestruturação do Feudalismo, que conhecerão em breve). Um país que já teve Cacareco como candidato mais votado (Cacareco era o rinoceronte emprestado ao zoológico de São Paulo pelo do Rio de Janeiro) não merece Tiriricas e Mulheres-Pera como representantes.

SEJA RESPONSÁVEL. NÃO SUSTENTE VAGABUNDOS. VOTE NULO.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não nego as origens...

Não nego as origens. Uma das letras mais lindas que já ouvi, em linguagem orgulhosamente nordestina, como deve ser. Ainda me põe lágrimas nos olhos...

Assum Preto
Luíz Gonzaga
Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira

Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió (bis)
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá (bis)
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Brasil é o país do futuro (NÃO DO SEU!)

É extremamente peculiar o senso de humor de nossos governantes e de alguns analistas internacionais que classificam, há anos, nosso país como emergente, como gérmen de uma nova ordem mundial e política, futura potência global, país austero e de economia responsável para capitanear as naus do novo mundo. Alardeia-se pujança dos BRICS aos quatro ventos e seu espantoso desenvolvimento sem se perceber que são nações cujas populações são imensas, miseráveis e esfomeadas.
Vejamos o que nossa pátria-mãe-gentil reserva a seus filhos.
O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com campos vastíssimos cultivados, inclusive, invadindo fragorosamente o terreno de um de nossos orgulhos nacionais, as florestas. Pois, bem, brasileiro, vá ao mercado mais próximo e procure sua soja! Não há um grão sequer de soja no prato dos brasileiros - e, muitas vezes, não há nada! a maior parte dessa produção é exportada e os produtores, latifundiários ou prostituindo a terra com o rentabilíssimo agronegócio, beneficiam-se do mercado externo numa balança comercial cada vez mais favorável.
Caminhamos a passos largos para ocupar um lugar na OPEP (clube de países produtores de petróleo), mas nossos postos têm bandeiras da Shell, Texaco e outras, e o preço do combustível é absurdamente caro. As discursões sobre produção de combustíveis mais limpos foi praticamente abandonada em face da rapinagem e da demanda internacional pelo ouro negro. Mamona, biodiesel, tudo deixado de lado em favor da balança comercial.
Pode o leitor achar tais questões complexas demais, portanto sejamos mais práticos. Imaginemos um aumento de salário qualquer, por estagnação no valor do pagamento ou por decreto. Pois, basta que isso aconteça para que os preços de todos os produtos aumente automaticamente, transferindo o aumento do ordenado dos trabalhadores para os consumidores, mecanismo eficaz e peripécia mordaz para que os donos das empresas mantenham sua margem de lucro. E um monte de empresário ainda vai reclamar pra caramba no dia seguinte por causa da inflação! Em nome de uma distribuição de renda falsa e falaciosa, se desvaloriza a moeda! E não é só isso! Os preços sobem quando se agregam impostos, quando o preço da gasolina aumenta, quando se implanta uma nova praça de PEDÁGIO numa determinada estrada, quando chove demais ou quando a estiagem se prolonga. Tudo incorporado para que a mergem de lucro dos empresários não diminua. Como disse Orwell em outra oportunidade a respeito dos porcos, os brasileiros são todos iguais, mas uns são mais iguais que os outros. Amamos o Brasil, mas como o Brasil nos ama?
O BRASIL É O PAÍS DO FUTURO, MAS FUTURO DE QUEM?

VOTE NULO NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES!

domingo, 8 de agosto de 2010

Another Life

As I lay here lying on my bed, sweet voices come into my head.
Oh what it is, I wanna know, please won't you tell me it's got to go.
There's a feeling that's inside me, telling me to get away.
But I'm so tired of living, I might as well end today.

Lyrics by Steve harris.